Em 1973, quando foi concluída em Chicago, Estados Unidos, a Sears Tower revelava uma tendência da arquitetura corporativa. Seus pavimentos superiores foram projetados com espaços embutidos que, intencionalmente, maximizavam o número de escritórios de canto. Com espaços e vistas amplas, essas salas eram ocupadas por altos executivos.
Quatro décadas depois, tais escritórios estão cada vez mais obsoletos. Muitas das grandes empresas mundiais – do Vale do Silício até Sydney, na Austrália – têm solicitado aos arquitetos outros tipos de arranjos espaciais. O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, por exemplo, não tem uma sala pessoal; ele trabalha em um espaço aberto com outros funcionários.
Segundo estudos da multinacional de design de mobiliário Herman Miller, dar aos mais altos funcionários salas privadas, com as melhores vistas, e protegê-los do resto da equipe por meio de assistentes administrativos são algumas das muitas maneiras pelas quais os escritórios tradicionais reforçam o status.
Um escritório privado parece ideal até que a empresa se dê conta de um contexto maior. O status é usado para separar funcionários uns dos outros. Hoje, já é entendido que a experiência de status acontece efetivamente dentro de grupos – isso também contribui para o fato de estarmos vendo cada vez mais ambientes abertos em escritórios.
A Herman Miller se dedica a pesquisas sobre o que motiva as pessoas no trabalho. Trata-se da iniciativa Living Office, que busca o melhor desempenho por meio de locais de trabalho centrados no ser humano. Foram identificadas seis necessidades principais: segurança, autonomia, pertencimento, realização, status e propósito.
Novo status
O reconhecimento de status ainda é crucial, mas existem novas maneiras de fazer isso: enquanto em um escritório tradicional as vantagens que vêm com o status estão disponíveis apenas para uma pequena elite, as novas formas de trabalho e novos layouts de escritórios mostram que o status pode se manifestar de forma democrática.
A equipe de Chicago da empresa norte-americana de serviços imobiliários CBRE mudou-se recentemente para um grande escritório com bastante luz natural. A maioria das mesas estilo “sit-to-stand” – que o funcionário ajusta para usar tanto sentado quanto em pé – estão em ambientes abertos e com ampla permeabilidade visual.
As salas privadas existem. Têm paredes de vidro e estão disponíveis para qualquer funcionário por meio de reserva. Nas esquinas, não há mesas particulares, apenas espaços de colaboração. No entanto, alguns executivos sênior foram resistentes à mudança. Para reconhecer esses indivíduos que anteriormente possuíam o status do escritório privado, a empresa passou a exibir seus prêmios e conquistas em um mural de destaque.
Melhores resultados
Com o Living Office, a Herman Miller pretende demonstrar que o desejo por status dos empregados pode ser atendido por meio de outras necessidades humanas fundamentais, além do ambiente físico.
O novo escritório da CBRE, por exemplo, gerou mais interações entre as equipes, que antes não se viam ou nem mesmo se conheciam, promovendo senso de pertencimento e compartilhamento de propósitos. Nos novos escritórios do Macquarie, grupo de serviços bancários da Austrália, não há mesas ou escritórios particulares.
Os funcionários, de maneira natural, se agrupam, de acordo com o projeto em que estão trabalhando no momento, nas variadas estações de trabalho disponíveis. Porém, os altos executivos têm prioridade em certos espaços e contam com assistentes executivos.
Para a Herman Miller, as organizações têm, portanto, muitas ferramentas à disposição para reforçar o status, que é mais frequentemente conferido a indivíduos altruístas, que realizam contribuições para o grupo.
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