Este artigo resume parte da pesquisa de Daniele Pisani sobre a história do terreno do MASP, o Museu de Arte de São Paulo, concebido por Lina Bo Bardi. Estudando o projeto, nunca construído, de Affonso Eduardo Reidy para o MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo), que se pretendia construir no mesmo lote da Avenida Paulista, o historiador italiano descobriu que já em 1952 Ciccillo Matarazzo (o então presidente do MAM-SP) havia desistido de implantar o museu no local; muitos anos antes, portanto, de Lina Bo Bardi reivindicar, em 1959 (e não em 1957, como se tem dito habitualmente), a construção do MASP naquele endereço. Ou seja, nunca houve a disputa que se acreditava ter existido entre as duas instituições. Atendo-se, então, às afirmações – amplamente divulgadas na historiografia do MASP – de Pietro Maria Bardi (diretor do museu na época) e da arquiteta de que o insucesso do projeto do MAM deveu-se ao descumprimento de uma cláusula constante no contrato de doação do terreno à municipalidade – a famosa exigência para se deixar livre a vista do belvedere em direção ao centro da cidade -, Pisani saiu à busca de tal documento a fim de comprovar o fato. Caso contrário, afinal, inexistindo tal impedimento, qual seria a razão do partido do MASP? Procurou em arquivos públicos e privados e em cartórios, e o que encontrou foram vestígios de uma história curiosa e desconhecida.Um emaranhado de enganos e omissões, trazido à tona – com riqueza documental – no livro de Daniele Pisani que a Editora 34 está prestes a lançar, do qual uma pequena parte encontra-se condensada no artigo a seguir.
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