Para Zaha Hadid, mulheres arquitetas sofrem com mercado misógino

Depois de ironizar a China pela prática da pirataria na arquitetura, Zaha Hadid aproveitou novamente de sua fama para criticar algo que considera indesejável: a atitude “misógina” da Grã-Bretanha com relação ao trabalho das mulheres arquitetas.

Com carreira e escritório estabelecidos em Londres, a arquiteta iraquiana fez a crítica em entrevista publicada pelo jornal The Observer no último fim de semana.

Ela se disse insatisfeita com o resultado de uma recente pesquisa do Architects’ Journal que revelou que um terço das arquitetas britânicas sabem – e aceitam – receber salário menores do que seus colegas do sexo masculino. “É uma indústria difícil e dominada por homens, não apenas nos escritórios de arquitetura, mas também nas construtoras e incorporadoras”, opinou.

Para Zaha, é muito difícil para uma mulher trabalhar na Grã-Bretanha. “Há um ceticismo e um comportamento mais misógino aqui. Por outro lado, enquanto há pessoas contrárias a mim, há gente também que vive aqui e que é incrivelmente favorável a meu trabalho”, acredita.

De acordo com a arquiteta, costuma-se dizer que as arquitetas são mais indicadas para projetar casas, edifícios públicos e centros de lazer, e não obras de caráter comercial. “Tenho certeza de que, como mulher, eu posso desenhar um excelente arranha-céu”, afirmou.