Concurso reconstruirá pináculo da Catedral de Notre-Dame

França anunciou nessa quarta-feira (17) o concurso público internacional de arquitetura que garantirá a reconstrução do marco arquitetônico danificado


Catedral de Notre-Dame em chamas no incêndio de 15 de abril de 2019 (Foto: Reuters)

Um Concurso Internacional de Arquitetura para reconstrução do pináculo da Catedral de Notre-Dame foi anunciado nessa quarta-feira, 17 de abril de 2019, pelo governo francês, após sua destruição no grande incêndio do dia 15 de abril. Durante a tragédia, a estrutura da torre central, conhecida como “agulha” ou “flecha”, foi completamente danificada e ruiu. Informações sobre o concurso ainda serão divulgadas.

Segundo o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, o concurso objetiva a reconstrução do pináculo da catedral, que se faz como marco arquitetônico e artístico do estilo gótico, através de adaptações às técnicas e aos desafios da atualidade.

Ainda, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou a proposta de reconstruir todo o monumento em apenas cinco anos, visto que já era listado como Patrimônio Mundial da Humanidade, desde 1991, pela Organização das Nações Unidas para a Cultura (UNESCO) – considera-se o período de 200 anos para construção da Notre-Dame e inclui as reformas e adaptações posteriores, como a própria inserção do pináculo pelo arquiteto restaurador Eugène Viollet-le-Duc.

“A competição internacional nos permitirá perguntar se devemos recriar a torre como foi concebida por Viollet-le-Duc”, disse Philippe a repórteres após reunião do conselho de ministros dedicada exclusivamente à recuperação da igreja. “Ou, como é frequentemente o caso na evolução do patrimônio, se devemos dotar a Notre-Dame com uma nova torre. Este é obviamente um enorme desafio, uma responsabilidade histórica”.

Também foi declarada a apresentação de um projeto de lei, previsto para a próxima semana, que fornecerá resguardo legal para as doações milionárias direcionadas à reconstrução da catedral. Tal mobilização passou, inclusive, a ser questionada devido às grandes deduções de imposto de renda que possibilitam, isso porque companhias francesas que doam parte de seus lucros para o mecenato podem deduzir até 60% das despesas, desde que respeitem o limite de 0,5% no faturamento.